Entre rodopios de danças germânicas, como a Sternpolka, e encontros que mantêm viva a tradição, o Grupo Folclórico Immer Lustig completa 40 anos de fundação em julho. Localizado na rua que leva o nome do alemão Coronel Niederauer, o grupo folclórico conta com 50 dançarinos nas categorias adulto e infantojuvenil. Mais do que dança, ao longo de quatro décadas, eles levam a cultura alemã preservada em Santa Maria para todo o Estado.
O Immer Lustig foi fundado por membros da comunidade Evangélica de Confissão Luterana no Brasil de Santa Maria, em 25 de julho de 1984, data que também marca a chegada dos primeiros imigrantes alemães no Brasil, em 1824. Na fundação, estavam presentes 10 casais de origem alemã e um casal de origem italiana. Diversidade que se mantém nesses 40 anos, já que qualquer um pode fazer parte do grupo, independente da origem. É unanimidade, entre os integrantes, que o principal critério é a identificação com a cultura alemã, em suas diversas formas.
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Além da dança germânica, o Immer Lustig também tem um grupo de canto, coral e aulas de alemão. Nessas atividades, o foco é o ensino de expressões e pequenos cânticos às crianças:
– Isso é importante para as crianças atuarem de forma dinâmica entre elas, facilitando o aprendizado de uma nova língua. Também a questão da socialização e questões relacionadas à coordenação motora – destaca o integrante Thomas Martin.
Ensaios “sempre alegres”
Os ensaios geralmente acontecem nas quartas-feiras, para a categoria adulta, e aos domingos, na infantojuvenil. Nos encontros, a repetição de danças e o movimento de casais, de um lado para o outro, no ritmo de danças como a Sternpolka e a Webertanz.
Com o espírito “sempre alegre”, como sugere a tradução do nome do grupo, os integrantes buscam contribuir com a história do grupo a partir da dedicação com os ensaios e ações promovidas pelo Immer Lustig. Flávia Barbieri, 29, participa do grupo desde 2016, quando acompanhou um ensaio a convite de uma amiga. De lá para cá, mesmo de origem italiana, ela se sente pertencente à cultura e à história do grupo.
– Participar dos ensaios e eventos do grupo me permite crescer como dançarina e como pessoa, desenvolvendo habilidades e assumindo responsabilidades que jamais imaginei. Ver a evolução do grupo e contribuir para manter viva essa tradição cultural me enche de orgulho. As amizades formadas e as experiências compartilhadas ao longo dos anos são inestimáveis – relata Flávia.
Danças e vestimentas direto da Alemanha
As danças e as vestimentas do Immer Lustig chegam do outro lado do mudo. Todas são enviadas diretamente da Alemanha, totalmente original. Nos trajes, que ficam guardados em uma sala ao fundo do espaço de ensaio, a cultura está em cada detalhe. Vestimentas como a “calça curta”, os vestidos rodados e o chapéu austríaco manifestam os costumes hoje preservados no cuidado com a réplica das vestimentas originais.
Com elas, o grupo se apresenta em encontros de grupos folclóricos em todo o estado. Também promovem eventos como o Chá de Outono, o Jantar da Cuca e Linguiça, o Café colonial, o Biergarten e a ImmerFest, na tentativa de aproximar a comunidade e promover a integração.
– Poderia socializar, fazer amigos, conhecer pessoas e foi algo muito bacana porque o grupo sempre me proporcionou que eu pudesse viajar para outros lugares, onde conheci pessoas e história de lugares diversos. Mais do que isso, é um lugar que a gente consegue desestressar do dia a dia, ter um pouco de cultura, um círculo de amizade fantástico. É muito mais do que vir aqui ensaiar – conta Marin, que participa do grupo desde o primeiro ano de fundação.
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